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Em 2002, a Academia de Letras de Campina Grande prestou homenagem ao Irinêo Ceciliano Pereira da Costa, Irineu Joffily (*15/02/843 - † 08/02/902), pela passagem do segundo centenário de morte do ilustre filho dessa região, ora campinense, ora pocinhense e, certamente esperancense, “nascido na casa das lascas, Banabuyê, fazenda Lajedo, lugarejo de Pocinhos, hoje município de Esperança.” Seu nome foi grafado de várias formas, Irenêo Joffly, por exemplo, mas Irineu Joffily se estabelece já a partir de 30 de maio de 1890. Em 932, Esperança presta homenagem, dando o nome dele a primeira escola do município. Fonte: PBLetras, junho de 2002, Campina Grande/PB.
I
O Império do Brazil ainda estava
Sob o escravismo irracional
Quando se registraria por aqui
Um grande evento, um natal:
Nasceria o filho de José Luiz
A quinze de fevereiro, dia feliz,
A esperança se faria genial.
II
Ceciliano Pereira da Costa,
Sobrenome familiar, colonial,
Ele, aos poucos, teria rejeitado,
E astuto, numa atitude genial,
Inspirado no latim o filho de Zé
Só se via Joffily, e fincaria pé,
Mudara, então, por meio legal.
III
Com vinte e um anos, o jornal
Diário de Pernambuco noticia
A mudança de nome de Irineu
Ato movido por amor e alegria.
Ato político, à época, em moda,
No que só à nobreza incomoda:
Aristocrata em mudança radical.
IV
E fundaria por aqui uma Gazeta
Abolição é defendida pelo tal
E o jornalista defendia sua idéia
Aos quinze anos já nutria o ideal.
E seu saber enquanto historiador
E sua ação no papel de promotor
Promoveria toda gente a ser igual.
V
“Ireneo Joffly”, a despeito da origem,
Assentada numa aristocracia rural,
Não aceitava o domínio estrangeiro
Nem as mazelas da vida subnormal
Fez sua política pela democracia
Estudou com Castro Alves a magia
Se fez poeta e deputado provincial.
VI
O humanista, literato bom de pena,
Se destacou no Rio antigo, a Capital,
O geógrafo refez mapa e publicou
Fez militância no Partido Liberal.
“Ligado a terra e ao povo do Sertão”
Vereador, juiz, nunca foi de omissão,
Com a donzela Rachel formou casal.
VII
Em fevereiro de novecentos e dois
Antes dos sessenta anos de natal
Morre o intelectual, que em vida,
Enfrentou a exploração, o arsenal,
Quem vivia e atuava sem perdão
E empastelou a Gazeta do Sertão
Mas não matou do idealista o ideal!
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Evaldo Pedro Brasil da Costa
(14 de Março de 2008)
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